sábado, 31 de julho de 2010

Fae Rebellion

O encontro...

*Seus passos deixam marcas de grandes pegadas na neve entre os caminhos tortos das florestas Azov. Seus passos calmos contrastam com seu enorme tamanho, não incomum entre os homens de Ussura. O capuz para trás deixa exposto uma expressão serena em um rosto pálido e com feições grossas. Uma outrora beleza facial agora se encontra flagelada por pequenas cicatrizes espalhadas pelo rosto. Olhos azuis claros, quase cinzentos, pousam serenos embaixo de grossas sobrancelhas. O cabelo negro sujo com flocos de neve desliza penteado para trás até o meio das costas, deixando fios rebeldes pendendo nos ombros. Seu corpo é escondido por uma bata de frade negra amarrada na altura da cintura com uma grossa corda arroxeada. Seu tecido grosso é enfeitado com minuciosos detalhes sacros. As mangas largas se estendem até seus pulsos, deixando expostas mãos enormes e calejadas, e o saiote dividido ao meio exibe grossas botas de viagem, com placas de metal amarradas na altura das canelas e o peito dos pés. O tilintar de ferro torna-se bem audível conforme anda, o que se faz presumir que por baixo da bata, há peças de armadura. Uma corrente prende em seu pescoço uma cruz de ferro com detalhes nas pontas. Símbolo da Ordem Ortodoxa do Verdadeiro Profeta. Em suas costas pende inclinado um machado de cabeça dupla, cujo comprimento quase o iguala...
Azov... Não brinquem com Azov, o temível lar de Matushka. Aqui não há vida bonita que se forma diante de verdes gramados e árvores frutíferas. Azov vive... Azov causa medo. Medo na forma de incessante neve que parece descer das próprias árvores, pois seus galhos retorcidos e sem vida parecem esconder o céu de teus olhos. Galhos emaranhados em forma de garras pontudas que a qualquer horas podem saltar para pegar-te. Da neve espalhada pelo chão, não há sinal de verde, apenas raizes saltando pelo chão em forma de incômodos obstáculos que, ocultos pela neve, são capazes de dificultar o trotar de qualquer cavalo. Sem som de animais, uma lebre ou um pássaro a cantar, apenas o silvo do vento junto a um vulto ou o som de algum galho raspando em outro, um clima de que havia sempre algo a espreita. Não parecia haver uma estrada, estranho. Até que o tortuoso caminho levasse a uma clareira. Ao longe, era claro, a visão não é bela. A neve brota sangue do chão. Sangue pertence ao que pareciam corpos estirados no chão. Corpos com uma grossa pelugem negra, mandíbulas e língua pra fora. Pareciam lobos. E no meio deles... Um homem.* - Arr... *Homem que, mesmo ao longe, mostra sinais de cansaço. Suas roupas parecem rasgadas, exibindo uma armadura de placas com marcas de arranhões. O cabelo bagunçado esconde os suspiros que dá ofegante. E as duas mãos estão apoiadas no enorme machado apoiado no chão, entre suas pernas.*


*Não existe mais o equilíbrio em minha mente e sem entender os motivos sigo por um caminho que não compreendo ainda com as palavras de meu criador em forma de lembranças – Imperfeição – Seria eu a única imperfeita? O indaguei apenas uma vez e recebi o mais cruel dos castigos e agora depois de condenada a uma vida mortal sigo por trilhas frias, sim consigo sentir o frio embora não encontre o calor, então onde estaria o equilíbrio? Às vezes meu coração acelera quando escuto sons perdidos na noite tão escura, poderei eu morrer? Como seria simplesmente deixar de existir? Meus olhos claros fitam o horizonte e nada consigo enxergar além do branco, meus pés deixaram de me pertencer algum tempo, sangram por debaixo daquelas peles que os envolvem assim como minhas mãos, queria eu não sentir nada como em mundo, perfeito... Os cabelos emaranhados tocam em meu quadril, longos, encobrindo meu rosto sujo e são da mesma cor dos raios de sol embora consiga senti-los brevemente durante o dia quando parto em busca do calor para assim aliviar meu sofrimento e nada mais sou do que o nada...Meu corpo pequeno parou ocultado pelo tronco de uma árvore quando consegui notar uma cena diferente, aquilo sobre a neve branca eu desconheço e novamente meu peito arfa seria esse o medo? Descubro que sim porque não consigo avançar em direção daquele homem, nem mesmo pela força da fome que sinto podendo até mesmo deixar de sentir meu próprio estômago e assim feito mais um animal naquela floresta branca, eu observo.*


*Veja de longe, em meio ao nada, nossos corpos ensangüentados. Mas, heh... Eu sou o único vivo.* - Arr. *Um bufar destes lábios abertos, nuvens de fragmentação saem pelo ar enquanto meu ar balança meus cabelos bagunçados, reflete claramente meu cansaço. As roupas rasgadas parecem ter sido largas, caindo pelas beiras da faixa presa a cintura. Minha armadura velha possui marcas de garras e dentes, com arranhões e furor, já quase inutilizada. Garras e dentes que podes ver nas patas e mandíbulas daqueles estranhos corpos no chão. Um levantar de meus olhos azuis, e foi em sua direção que olhei. Mais um bufar e levanto a cabeça, esticando o corpo e pegando em mãos novamente o machado. Apertando-o entre os dedos e rangendo os dentes vermelhos de sangue.* - Quem...? *E não completo a frase.* - Mostre-se... *Voz cansada quase abafada pelo silvo forte do vento, como se estivesse tentando me atrapalhar de propósito. Silhueta humana a espreita destas mortas árvores, isso não soa bom... Em Azov realmente não soa bom.* - Mostre-se! *E minha voz novamente ecoa pela mata, se propagando em um eco que diminui aos poucos até se dissipar.* - Mostre-se! *Vergonhosa ecoa em Azov estes brados de um guerreiro cansado. Que em passos lentos caminha na direção do que quer que se esconda.*


*Meu criador disse – Encontre a morte – seria então vinda em minha direção na forma de um homem? Meu peito arfava se movendo estando com meu corpo oculto pelas peles que não seriam suficientes para me proteger do frio, nem mesmo daquele que se aproximava e eu escutava – Mostre-se – Mas quem eu poderia ser? Mais a frente meus olhos fitaram aquela mancha sobre a neve branca, cândida, o que seriam me perguntava desviando meu olhar para as feições agora claras para mim, os olhos dele, as cicatrizes sobre sua pele, num breve instante consegui enxergá-lo e quando estava quase a me alcançar saltei feito caça assustada e não conseguia controlar meus impulsos porque para mim o medo não existia e ainda não me acostumei a ser o nada.* ...* E realmente nada disse, meus lábios ressecados se mantiveram colados um ao outro e eu sentia que tremiam alheios a meu desejo e nada mais sou do que uma mulher, jovem, bela? Não, nada tenho que chame aos olhos de um homem e desconheço a malícia humana ficando exposta agora não mais escondida atrás do tronco daquela árvore e sim a sua frente, diante daquele que se aproxima despertando em mim o medo que agora, com certeza posso sentir e a idéia de não mais existir o equilíbrio me enlouquece transparecendo em meus olhos acuados, meu pavor.*



-... !?!?!?! *Esta mulher, estas feições... Este jeito, este medo. Estes gestos seus, esta acuada expressão, estas peles de frio, este úmido olhar. Surpresa a minha que também beira a medo, de fato, pois minhas mãos tremem, quase largam o machado. Meus pés dão leves passos para trás enquanto minha cabeça balança trêmula até fazer uma expressão de negativo. Medo de tu? Acho que não. Eu apenas não acredito no que vejo.* - N-não pode ser... *Aperto os olhos, balançando a cabeça em negativo.* - Tu não és real... *E o olhar voltou a ti.* - O que queres de mim, fantasma? *Podes ver claramente meu corpo esbarrando em algo, e meu corpo virando-se bruscamente, como se fosse acertar algo com meu machado. Mas paro... ao notar se tratar apenas do corpo de uma das criaturas que, a julgar pelo sangue em meu machado e pelas marcas nelas, eu quem as matou.* - Em nome de Theus, não venha assombrar-me... entro em Azov a caça dos lobos de Nevid. Não desejo perturbar espírito algum... *Uma de talvez entenda minhas palavras, não passo de um homem delirando. Ou acho que estou. Não existe beleza em Azov. Se exista, ela não é viva. Não era uma mulher confusa.*


*Sinto medo dos teus gestos, cada passo que te leva de um lado para o outro me assusta e desconheço o que carregas em uma das mãos, mas aquele cheiro do sangue e sua respiração me fazem agir por instinto porque agora sou humana, ainda sem entender o corpo que possuo, mas sou como tu e sinto medo e encontrará em minha respiração e no olhar baixo como se fosses meu senhor.*- Nunca me chamaram de nada, serei eu fantasma? *Perguntei confusa porque realmente nunca recebi o que chamam de nome, apenas me expulsaram por ser imperfeita, por questionar o equilíbrio desejando saber o que seria sentir frio, condenada agora o sinto até mesmo em meus ossos e sigo diante de ti não entendendo do que me chamas e sem resposta me assombro com que pode fazer contra mim.*- Eu sou real, agora existo aqui entre vocês, mas não sei onde estou apenas entendo o que sinto, meus pés e mãos sangram meu senhor e meu corpo dói poderia revelar para mim o que está acontecendo e me dizer quando encontrarei a morte porque este martírio me toma a sanidade e a temo mais que a própria morte...* Sim, apenas uma mulher estaria diante de ti e meus olhos claros seriam como as águas de um rio que talvez se banhaste na primavera ou então em teus próprios sonhos.*


*Meus delírios sinto cortados por tuas palavras, e por um momento envergonho meu descontrole. Por um momento, as feridas cessam, o medo passa, talvez uma armadilha de tua parte, caso seja... bem pensada. Pelo visto funciona.* - Eu... *Ouvindo-te sigo calado, conforme falas, meu semblante muda, enquanto seu martírio cresce, minha segurança parece voltar, pois era apenas uma inocente perdida. Mais uma alma precisando de ajuda.* - Acalme-se. *A ferramenta que carrego, que não reconhece, podes me ver cravando-a no chão com um movimento dos braços de cima para baixo. Quando a largo, ergo minhas mãos, colocando-as para frente e me aproximando.* - Se é real. Não é um fantasma. Apenas... *Me pergunto se diz mesmo a verdade. Seria uma fada que se perdeu de Misdreavus?* - Uma menina sem nome. *Ficamos de frente, e minhas mãos alcançam as tuas. Não sei como reagiria, mas mesmo assim as puxo devagar em direção a mim. E pode sentir seus dedos em meus ombros. Meus cabelos molhados e minha pele fria. E fiz suas mãos subirem aos poucos até encostar-se a meu rosto e sentir o relevo de minhas cicatrizes por toda a parte.* - Eu também... sou real... *Fazendo-a apalpar meu rosto para que comprove. Veja o frio... veja o medo. Eu sou como tu.* - A morte... é o caminho do consolo... *Voz fraca, meu peito arfa. O frio não me faz bem. A nenhum de nós dois.* - Do martírio vem a glória. Da esperança vem a sobrevivência, e encontraste... agora... algo mais valioso que a morte. Encontraste ajuda... *O vento sibila, o frio nos castiga. As árvores se mexem, fazem galhos arranharem troncos, como monstros se digladiando. E nenhuma vida. Nenhuma alma.* - Não tens um nome? O que és, uma Kholopi? (Escravo). Eu... *E forcei um sorriso.* - Não desejo machucá-la.

*Meus olhos acompanham teus movimentos e procura imensamente compreender tuas palavras e como me soam difíceis porque pareço criança aprendendo embora esteja num corpo de mulher e quando seguras minhas mãos enroladas em pedaços de pele manchadas de sangue eu nada faço porque desconheço o toque, até mesmo o mais intimo que possa existir entre um homem e uma mulher então não posso sentir medo, apenas sinto tua face fria sobre minha pele machucada e sim, também sofro com o carinho algoz dos silfos e poderá enxergar minha testa quando se franze diante de tuas palavras – Real, morte, ajuda - E meus lábios demoraram a te responder e quando minha voz chega a teus ouvidos mais parece um sussurro do vento de tão baixa, fraca como tu aparentas estar.* -Kholopi? *Não consigo entender o que me perguntas e começo a me sentir aflita deixando meus olhos se abaixarem encontrando a neve cândida que envolve meus pés que já não sinto mais.*- Nunca me chamaram de nada, meu criador disse que sou imperfeita e aqui encontraria a morte então quando o encontrei pensei que fosse a morte que daria um fim ao que sinto, aqui não sou nada...*Seria eu uma alma perdida enlouquecida pelo frio que castiga impiedoso? Às vezes me pergunto se a insanidade já não alcançou minha essência e até mesmo tu que agora tenho diante de mim, não seja fruto de meus próprios devaneios.*


*Dúvidas enchem minha mente assim como a sua. E suas palavras, eu nada entendo. Dei-me conta de que não importa.* - Não importa. *Repito em um sussurro próximo a teus ouvidos, enquanto aproximo meu corpo do teu. Com estas mãos sujas ajeito a pele que vestes para que a proteja ao menos um pouco mais do frio. Suas palavras não me soam estranhas, há vários relatos de Boyars (Nobres) que simplesmente destroem a mente de seus súditos, os fazendo considerar-se apenas objetos sem vida. Deves ter sido largada a própria sorte no inverno, para que morra sem comida ou abrigo. Como uma progênie indevida entregue aos braços de Theus. * - As palavras de teu criador, seja ele quem for, não tem mais valor. *Um sorriso de dentes sujos de sangue forcei neste rosto pálido e cansado, parcialmente escondido pelos cabelos bagunçados.* - Eu não sou a morte. E zelarei... para que ela não nos alcance. E descobrirás... que há muito mais alívio para a dor.. do que a morte. *Criança ou não... Precisa de ajuda.* - Está tudo bem, agora.*Abro os braços, me aproximando, levo minhas mãos a seus ombros, a puxando aos poucos para mim. Não sei se sabes o que é um abraço. mas talvez ele a faça se sentir segura. É tudo o que posso fazer.* - ...!?!?! *Ou quase tudo.* - Droga... *Quando podes ver meu semblante ficando nervoso, quando começo a escutas os arbustos sem vida e os galhos sem folhas se mexerem. Algo nos espreita.* [...] *Limpo... rápido. No escuro, como a sombra, ele faz sua casa... Com seus olhos a espreita entre as plantas mortas, se movimentando facilmente entre os galhos secos. E com facilidade ele pulou de trás das árvores. Uma sombra surge na neve a teus pés... era algo pulando. Podes me sentir abraçando seu corpo e caindo para o lado. E talvez consiga ver o corpo grande e peludo passar por cima de nós.* - Arr... *Rolei contigo no chão, me pondo de joelhos rapidamente. Ele ajeita as quatro patas no chão, virando-se para nós. Sua Pelugem negra é viscosa e quase não balança. Seus pequenos olhos trazem uma coloração vermelha que chega a brilhar de leve por causa do escuro. Um animal idêntico aos outros cujos corpos se encontram espalhados sem vida pelo chão. Orelhas pontudas, focinho comprido, rabo peludo, seria um lobo comum. Seria.* - rrr... *Seu rosnado ecoa agudo, diferente de qualquer lobo. Ele abre a boca, exibindo uma língua pontuda. Ele não tem dentes... e suas patas parecem não ter unhas. Ele caminha calmamente até próximo a meu machado cravado no chão.* - Desgraçado... *Maldito animal esperto que arreganha a boca, soltando um grito agudo, distorcido e irritante, como se arranhassem um pedaço de madeira. Suas gengivas começam a sangrar intensamente e delas crescem uma arcada cheia de dentes cônicos e pontiagudos.*- Proteja-se... *Ele corre... Para cima de nós.* - Proteja-se! *Desarmado, restou-me apenas segurá-lo pelo pescoço. O animal apoiou-se nas patas traseiras. Suas patas dianteiras sangraram e delas cresceram pequenas unhas. Que usa para arranhar meus braços e ombros.*


*Sinto tuas mãos sobre meus ombros ajeitando a pele que veste meu corpo pequeno, sendo a única coisa que visto, mas tu não conseguirás notar porque mantenho uma tira amarrada em minha cintura e o faço pelo frio porque desconheço a nudez e tudo que ela significa aos olhos dos humanos e teu toque não me assusta porque é reconfortante, quente e eu aprecio o calor e perto de ti me torno menor com minha cabeça altura de teus ombros e não sei nomear a sensação de estar protegida, apenas a sinto.* - Não tem mais valor? *Não entendo o que me diz e minha testa se franze novamente enquanto meus olhos abatidos observam tuas feições que me agradam porque não mais estou sozinha e descobri que a solidão não me agrada, que com o outro encontro calor que naquelas terras parece não existir.*- Se existe tal alivio então me mostro onde meu senhor porque apenas conheço este caminho pela morte, segundo as palavras de meu criador...* Eu pedi e o fiz de maneira sincera quando as palavras escorreram pelos meus lábios ressecados e os fios dourados de meus cabelos se juntavam sobre a pele de meu rosto, estavam sujos sim, pois nunca conheci o banho, a água abundante e suficiente para lavar-me e quando percebo estou a rolar por sobre a neve envolvida pelos teus braços, caindo sobre a maciez fria e confusa apenas entendo quando consigo enxergar aquela criatura diante de nós e quando me ergo escuto suas palavras – Proteja-se – Mas não entendo como o faria e desviando meus olhos assustada procuro entender para onde, como, porque sinto meus instintos, o medo novamente que me faz respirar ofegante e ao mesmo tempo sinto por você, sim, algo que nunca tive antes, pois tu foras bom comigo e não desejo vê-lo sofrendo e mesmo não consigo compreender aquele mundo eu começo correr entre as árvores deixando meu senhor para trás e a angústia aperta meu peito, seria muito mais do que senti em minha vida toda o que tive nos momentos em que te conheci.*


*Tamanha era sua força, tamanho meu despreparo... Tamanha genialidade posta em uma mente inconsciente de um predador. Seu grande corpo consegue me derrubar, cravando suas unhas em meus ombros, desprotegidos. Aperto seu pescoço como posso mas sua pele é resistente a meus dedos, se ao menos tivesse meu machado.* - Arr... *Sua boca fecha em uma violenta mordida, mas abocanha apenas neve e tufos de meu cabelo que puxa, fazendo meu rosto dobrar-se em uma careta de dor. Uma das mãos sai de seu pescoço, desferindo em seu focinho um desengonçado soco. Insuficiente.* -... *Batidas fofas na neve, tua respiração aos poucos distante, me alegra por um momento saber que corres por tua vida, e não penses que a morte é teu único destino, a ponto de procurá-la. Bem mais seguro, bem confiante engajo em minha peleja com este maldito lobo, rolando com ele pela neve, sujando seu corpo e o meu. Matar este desgraçado, juntar seu corpo com os restos de sua matilha... Correr por Azov rezando para que não tenha se perdido e novamente mostrar-te que estás segura. Algo em ti me fez desejar, por tudo, este sacrifício... Agora somos eu e ele.* - Não... *tão rápido eu sinto o peso dele sair de cima de mim, paras entender o que ele faria.* - NÃO! *Muito mais ágil do que jamais sonhei ser, ele dá meia volta, correndo pela neve até sumir entre as árvores.* - NÃO! NAAAAO! *Eu sabia que ele iria atrás de ti.*[...] *Azov não perdoa, não sente pena. Em tua correria, sentiria as raízes das árvores mortas levantando do solo e escondidas pela neve, um sadismo da natureza, louco para vê-la tropeçar. Os galhos sem folhas são duros e pontiagudos, prontos para arranhar seus braços e costelas quando passasse correndo. E junto a eles, algo começa a soar agitando os galhos das árvores distantes, como o som que ouviste antes de sermos atacados, e a estranha criatura saltou da sombra mais próxima, a tua frente. As gengivas, novamente sem dentes, se esfregam violentamente enquanto ele lambe o sangue que verte delas, circundando-a.*


*Eu corri e fraca me encontrei rendida em todas as armadilhas sádicas da natureza, caindo entre as raízes que pareciam brotar daquele tapete branco e sentia meus braços sendo cortados pelos galhos afiados como navalhas e levei uma das mãos ao meu rosto frio podendo sentir o sangue quente entre os dedos na altura do meu olho direito, mas como eu poderia simplesmente parar de correr? Temi olhar para traz e agora que estava próxima da morte compreendi que não a quero, prefiro definhar em meu martírio porque te conheci e contigo descobri que existe outro caminho, que o toque é quente e o outro alivia a aflição que sinto e então escuto o som tão perto de mim – Não – eu grito dentro de mim mesma várias vezes até que meus pés param subitamente quando a criatura se encontra diante de mim e pude sentir teu cheiro e notar as gengivas que sangram e sei que logo verei os dentes e então estarei prestes a morrer porque não tenho a força de meu senhor e nada faço além de me ajoelhar e meu corpo treme mais por tua presença do que pela do frio algoz, do vento que corta minha face e te encaro diretamente nos olhos e os meus azuis estão úmidos e neles existe o medo, sim, sou tua caça pronta para ser abatida, sou? Não, minhas mãos afundam na neve a procura de qualquer coisa com que eu possa te ferir, porque sou como tu um animal vivendo de seus instintos e nada mais tenho, apenas o que sinto.*


*Sereno exprime o sadismo existente naquele rubro olhar. Circundando seu corpo ajoelhado em círculos calmos enquanto levanta o focinho, fungando o ar. Carne... saborosa e quente carne. Fome? Prazer? Apenas um instinto que o impele a matar? Nada sei sobre os lobos de Nevid. Ninguém sabe. Sabe-se apenas que devemos empunhar toda e qualquer arma e rezarmos Theus para que ela seja forte o bastante antes que ele exiba seus caninos e abocanhe o primeiro cabrito ou o bebê que encontrar. Mas este era diferente, desde o começo notei. Esperto, havia sumido enquanto sua matilha me atacava, estudando meus movimentos, fazendo-me pensar que havia escapado, apenas para revelar-se em meu momento de fraqueza. E ele saboreia com os olhos o que tu seria. Alimento ou apenas uma inocente gritando enquanto degusta cada parte de seu corpo com os pontudos dentes que novamente saltam por suas gengivas, vertendo sangue que escorre pelas laterais de suas mandíbulas, pingando no chão. Chiados agudos ele entrega ao ar enquanto balança a cabeça para os lados, avançando em cima de teu corpo ajoelhado. Um pulo, forçaria o corpo contra o teu no chão, para que não tentasse correr. Mas minha pontaria é boa... Vida longa aos ensinamentos Bogatyr.*...*Mais um chiado ele emite, mas é de dor... quando o som de algo cortado o vento ecoa em teus ouvidos e algo grande o acerta em pleno ar. Ele se desequilibra, rapidamente pulando para trás. E em teus pés o que cai é o grande objeto que eu tinha mãos outrora. Um machado. E bem, eu estava lá.* - Heh... *Passos lentos, cansados, mas rápidos o bastante, meu rosto está suado e meu peito arfa em cansaço. Eu pego o machado do chão, empunhando-o com ambas as mãos, e fiquei logo a tua frente, para protegê-la. E rangi os dentes.* - Venha, maldito... venha... *Sozinho, ele não me enfrentaria armado. Acho que ele pensava que eu nunca conseguiria alcançá-lo. Ou que tu correria tanto a ponto de ficar inalcançável. Grave erro.* - VENHA! *É minha voz que ecoa, eu quero sua cabeça. Ele sabe que não pode me enfrentar sozinho. Havia perdido a única chance de me matar. Ele retrai os caninos, virando-se e novamente sumindo entra as árvores secas. Deixando para trás o rastro de sangue que vertia de suas gengivas feridas. Dessa vez para não voltar.* -... *Alívio exprimi com nuvens de frio que saem de meus lábios. Cai de joelhos, apoiado ao machado e abaixando a cabeça. Por pouco...*


*Minhas mãos procuram pela salvação, mas nada encontram apenas a neve fria e macia que se perde entre meus dedos e quando percebo está sobre meu corpo mortal criatura e eu rendida afundo na neve sentindo medo e a certeza de que agora me encontro diante da morte e não chego a me debater apenas mantenho minhas mãos frente ao rosto como uma inocente criança que acredita ser salva se fechar os olhos e sonhar, mas eu sou realmente salva por meu senhor e tudo aconteceu rápido demais podendo apenas escutar o som daquela criatura, sim, um chiado e quando me ergo um pouco sobre a neve percebo que aquilo que segurava quando te conheci está próximo de meus pés e meu corpo ainda treme enquanto meus olhos observam tu diante daquele lobo e agora ferida a criatura recua, mas não sei se realmente acabou porque nunca fui caçada, nunca senti receio pelo outro como agora sinto por ti e mesmo depois que aquele lobo saltou sumindo entre as árvores eu hesitei, me ergui lentamente e meu corpo encolhido se aproximou do teu e eu queria sentir o calor e não apenas aquele que alivia meus ferimentos e o frio que corta meus ossos, eu gostei da proteção e de como seria senti-la, mas não ousei fazê-lo e porque? Porque não sei se possuo, não entendo que também poderei ofertar a ti o que me oferece com tamanha compaixão, desconheço meu próprio abraço e por isso fico olhando para ti com meus olhos assustados, ofegante com peito arfando como o teu, porque afinal não somos diferentes, também sangro, sou humana.*


*Tudo de volta ao começo, com a neve manchada de sangue, pintada por meus atos de desespero. Os galhos secos balançam com o vento frio, arranhando uns aos outros em sua constante espreita, sempre a provar que Avoz vivia... e observava. Tudo de volta ao começo, quando a encontrei.* -... * Placas de metal não mais escondem meu peito, exibindo um torso flagelado por cicatrizes, assim como meu rosto. E linhas vermelhas estranhas, fruto das amarras da armadura que eu vestia, mas não deves saber disso. Aliás, de quase nada sabes.* - Eu... *Não completo, pois não sei o que a confortaria. A confusão neste olhar está fora de meu alcance. Não sei como ainda não correu de medo de mim.* - Heh... *Tudo o que posso dar-te é um sorriso de alívio, talvez não creia, mas posso assegurar-te, a criatura que nos atacou foi-se embora. Voltaria, com certeza, era algo maior do que imaginas, mas não importa agora. A grande ferramenta que usei contra ela, prendi nas amarras de minha cintura e quando caminhei em tua direção, ela arrastava no chão. Palavras, não entenderia. E não sou bom com expressões.* -... *Impulso... meus braços tombam e meu corpo se inclina. Um deles se dobra atrás de seus joelhos. O outro apóia suas costas, logo abaixo do pescoço. Sinta o ar nos pés, a neve não mais o fere. Sinta-se leve agora, seu corpo não mais pesa. Sinta as pernas no ar. Sinta o corpo deitar, quando em meus braços, a levanto no colo. A apertei de leve contra meu peito gelado. Suspirei, ajeitando o corpo e sem olhar-te, sorrio.* - Está bem, agora... *E passos lentos dei em direção a algum lugar. Nossa insolência, Azov não perdoaria. Muito provavelmente estamos perdidos. Mas em algum lugar, eu a levaria. E nossa direção não importa. importa apenas que és tão leve... que sinto que posso quebrá-la.*


*Sim eu sou leve, meu corpo é pequeno quando diante do teu, sou esguia porque pouco consegui comer desde que cheguei a teu mundo, meus seios não surgem imponentes envolvidos pela pele que me protege, são discretos, pequenos, minhas pernas não se parecem com o de uma guerreira, fortes, grossas, não, sou mesmo frágil e poderia me quebrar tamanha sua força e não corri de ti porque me mostrou o que tanto eu queria saber, como seria o calor e talvez meu criador não imaginasse isso quando me jogou em terras frias e quando se curvou me tomando em seus braços eu deixei um som escapar de meus lábios, um breve suspiro assustada porque quando senti teu calor novamente me aninhei e não seria difícil me proteger do frio em teu corpo e também não encontro teus olhos, os meus seguem olhando teu peitoral que agora ampara meu rosto e não entendo porque está frio porque desconheço uma armadura e a sensação de ser leve é boa, mais ainda a do gelo distante de meus pés que não mais sinto porque não uso botas apenas uma pele que os envolve e como sobrevivi? Não sei, penso que se não o encontrasse a morte o faria vinda de encontro a mim impiedosa.*- Meu senhor, o que...*Tento falar, mas as palavras ainda são complicadas para mim e enquanto caminha sente minha respiração acalmar e mais uma vez junto a ti descubro algo novo.*- O que sinto agora como devo chamar? * Peço a ti o impossível que entenda meus próprios sentimentos porque em teus braços encontro a proteção e em teu calor o desejo de não mais estar sozinha e enquanto espero teus lábios se moverem uma de minhas mãos conduzo para meu rosto tocando assim o ferimento sobre meu olho e sinto dor deixando que meus sussurros cheguem até ti.*- Ai...* Deixo minha cabeça encostada em teu corpo, poderia eu escutar assim teu coração?*


- Heh... *Tamanha inocência existe em tuas perguntas... Elas não são as de um escravo com a mente destruída. Há mais escondido neste pequeno corpo que carrego, é tu uma fada expulsa de Misdreavus? Por isso a encontrei vagando em Azov?* - N-n-não... *Meu coração sente batendo forte e aos poucos meu peito inflando com força.* - Se p-procupe em... nomear. *Sem olhar-te, sorrio de leve.* - Apenas... s-sinta... *Com dificuldade faço meus passos na neve que meus pés engole... Nas raízes traiçoeiras que tentam fisgá-lo por baixo dela e nos galhos grossos e pontudos que buscam nosso sangue a cada passagem. Azov nos traz a morte de branco. Um mundo frio e vazio que esconde o céu com árvores mortas que se distorcem e se amarram... Que nos sopra cruéis ventos gelados que balançam violentamente nossos cabelos, me fazendo fechar os olhos e apertá-la em meus braços. Contigo, a enfrento com a força que tenho. A força que tenho não é o bastante.* - Harr... *Aos poucos o tempo passa. Aos poucos minha voz falha. Meus dentes batem de frio e meus lábios ressecam... meus braços tremem e meu corpo cede, e quando sinto que vou deixá-la cair, jogo meu corpo para frente, caindo de joelhos... deixando o corpo por cima do teu.*- Há um... mundo f-f-fora... daqui... *O Uivo do vento abafa minha voz.* - Onde... *Azov sempre cobra seu preço. Um preço que não posso pagar.* - Onde... *Resta-me apenas esperar pelo toque que, nas doutrinas e fé, Theus sempre promete. E que minhas palavras a ti, um dia, sejam verdades. Verdades que sou incapaz de mostrar-te. Incapaz de vencer o frio e salvar-te.* [...] - AAAH! *Um grito vence o uivo do vento.* - Onde... *Um solavanco dei com as pernas e braços, a ajeitando no colo e me levantando.* - Onde existe algo chamado calor... presenteado por algo chamado sol... *Vacilante, volto a marchar pela neve.* - Onde há vários outros como eu... e tu... *Rangi os dentes, sorrindo de leve.* - Que sentem o mesmo... que sentes... agora... *Sem rumo, volto a caminhar. Azov não levaria nossa vida. Não hoje.*

*Eu nada respondo apenas fico encolhida entre teus braços com o rosto sobre o peito em que escuto um bater forte e tu pode até mesmo achar graça do meu jeito, mas sou sincera porque realmente desconheço que possuo um coração como o teu – Apenas sinta – penso enquanto embalada pelo teu caminhar observo o branco que nos cerca, sentindo o afago cruel do vento que move meus cabelos dourados, ficando alguns fios sobre minha pele suja, meus lábios que se partem ressecados e agora a dor me parece mais branda, acho que porque tenho a ti.*- O que tem dentro de você? * Pergunto inocente quando uma de minhas mãos frias repousa sobre teu peito e me refiro ao mover acelerado de teu coração, do peito que arfa pelo cansaço que nos encontramos e posso sentir teus braços fortes tremerem e a sensação de que cairei de encontro à neve e realmente acontece e meus olhos te pertencem quando estou sobre o chão tendo teu corpo cobrindo o meu, sim, meus olhos azuis te fitam porque é meu protetor e contigo aprendo as coisas desse mundo.*- Meu senhor...* Já te dei um nome, mesmo não possuindo para mim mesma, será sempre meu senhor e não sou escrava, apenas serei para ti que agora sigo fielmente, ficando assustada quando tombas e suas palavras não consegue libertar e tu saberá que assim me sinto quando encontrar meus olhos e estou como tu, exausta beirando a insanidade, sentindo fome, sede e frio, minha boca perdera a cor avermelhada e meus olhos são abatidos porém ainda existe esperança neles, porque não estou mais sozinha.* -Calor...Meu criador me expulsou porque eu queria conhecer o calor e o encontrei quando estou com meu senhor, mas desconheço o que seja sol e se este lugar existe podemos ir até ele? Podemos? *Eu peço ainda olhando para teu rosto com o meu tão jovem, poderia dizer que tenho pouco mais de dezessete anos e não seria mentira, meu corpo realmente é jovem, mas minha essência existe há muitos anos, tantos que não seriam contatos pelo tempo de tua raça.*


*Perguntas tão simples que não possuem resposta. E a cada uma delas, minhas dúvidas aumentam... não sei o que dizer-te, não sei o que explicar, quem és tu, mulher?* - Droga... *Bastante tempo teria, bastante coisas faria, e palavras suas teria mas eu...* - Theus... *Eu preciso... sair... daqui.* - Arr...[...] *Vazio torna-se nosso martírio e meu corpo não mais sinto. Meus olhos me entregam um doce delírio. Pequenas luzes brilham no escuro distante entre as árvores e vejo minha mão tentando alcançá-las... mas não consigo. As luzes tem vozes que não reconheço, e com estalos dourados, sinto que me chama. Aos poucos aumentam, elas se aproximam.... trazendo burburinhos que me incomodaram. As sombras trazem luzes que voam a minha volta, e um sorriso débil a elas entrego, imagem confusa mas é tudo o que tenho. Chamaria por ti mas não tens um nome. E na mente carrego um último desejo... que para o céu ou Misdreavus, a meu lado a carregue. Até tudo se apagar. Eu tentei... A Theus juro que tentei.* [...] - Droga... *Uma outra voz ouve, mas não é a minha. Outro ser se aproxima.Um ser como eu e tu.* - Lazlo, ajude aqui! *Ele larga no chão um objeto semelhante ao meu, chamando outros com a mão que logo se aproximam. Eles possuem objetos brilhantes que carregam um leve conforto quando se aproximam. Calor.* - Vamos, rápido! *Olhe em volta e veja meu corpo caído por cima do teu. Chame por mim e não responderei. Pode se sentir novamente levantada e algo pesado enrolar-se em teu corpo, uma repentina sensação de calor.* - Levem ela. *Dois homens põe-se a carregá-la em direção a um lugar que não parece a floresta. Um arco feito de pedras traz escrito algo que a neve não deixa que leia. Seus olhos não sabem o que é uma casa... uma ruela, uma estrada. E não saberia o que é o som que badala em seus ouvidos, vindo de um objeto bronzeado que balança no alto de uma torre de pedra. Aos poucos, a levam para longe de mim... Caído no chão, sem me mexer. Um deles se ajoelha diante de mim e força ambas as mãos no lugar onde ouviu algo bater dentro de mim.* - Reaja, Kraisto... *De novo... Ele começa a ficar nervoso.*- Droga, chamem monsenhor Kollia! *Minha imagem aos poucos fica distante. Minha imagem é a última coisa que vê. Até sentir algo tapar suas narinas. E um cheiro ardente entrar por elas.* - Vamos, faça ela dormir... *As vozes se embargam... sua visão fica turva. E aos poucos, podes sentir tudo se apagar.*


*Não entendo teu silêncio, mas agora meu corpo cansado não consegue mais pensar e o balançar do teu novamente quase caindo me assusta e não compreendo o que teus lábios balbuciam e os meus mal se abrem porque sinto fome, sede e as forças me abandonaram e em certos momentos eu adormeço voltando a despertar como trazida de um sonho – Teus braços – eu penso quando anseio por mais calor, mas não tens nem para si mesmo, pois sinto teu peito frio e quando percebo esta caindo sobre meu corpo e sem reação permaneço debaixo do teu porque não tenho para onde ir, desejo ficar contigo.*- Meu senhor? * Minhas mãos geladas te tocam tentando despertá-lo e então ouço vozes e mesmo parecidos não se igualam a ti e sinto medo, assustada quando me levantam e por instinto esperneio, debatendo minhas pernas enfraquecidas e os braços machucados, sim, grito teu nome – Meu senhor – Incessantemente enquanto sou carregada e não quero sentir aquele calor, não do manto pesado que ajeitam sobre meus ombros, nem sei se conseguiu se manter sobre mim enquanto me debatia, porque quero apenas teus braços, teu calor e assim fui levada para um lugar que desconheço, os sons, cheiros, nada entendo e quem mais poderia me mostrar aquele mundo? Novamente aprendo contigo porque de meus olhos lágrimas escorrem pela primeira vez e choro como criança quando aos poucos não consigo mais encontrar tuas formas deixadas sobre a neve e meu peito dói, minha garganta fraca não consegue manter o grito alto – Meu senhor – feito animal encurralado me encontro, suja com os cabelos emaranhados diante de meu rosto e devo assustar porque nada mais sou do que um bicho para aqueles olhos, assim penso e fora meu último pensamento e a visão fraca de tu ao longe, inalcançável e encontrei a morte, ambos encontramos? Não sei e me perco no mundo dos sonhos, pouco depois do cheiro ardente invadir minhas narinas.*

Continua...

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